DA SERVIDÃO À LIBERDADE
“O
homem nasce livre, e por toda parte encontra-se aprisionado. O que se crê
senhor dos demais, não deixa de ser mais escravo do que eles. Como se deve esta
transformação? Eu o ignoro: o que poderá legitimá-la? Creio poder resolver esta
questão” - Rousseau.
I
– INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO DE ROUSSEAU
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Nesse ponto é feio uma
abordagem panorâmica sobre a proposta critica de Rousseau com base na essência
de seu pensamento.
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Rousseau é um dos principais
pensadores do século das luzes.
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Ao preconizar a difusão do
saber como meio mais eficaz para se pôr fim a superstição, à ignorância, ao
império da opinião e do preconceito como contribuição ao progresso do espírito
humano, o pensamento de Rousseau se destacou no mundo ocidental.
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Suas criticas repousam sobre a
ciência ao revelar que seu progresso de nada acrescentou na felicidade humana.
- “A ciência que se pratica muito mais por
orgulho, pela busca da gloria e da reputação do que por um verdadeiro amor ao
saber, não passa de uma caricatura da ciência e sua difusão por divulgadores e
compiladores, autores de segunda categoria, só pode contribuir para piorar
muito mais as coisas”.
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Suas criticas as ciências e às
artes, contudo não significava uma recusa do que seria a verdadeira ciência.
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Ao invocar o ideal com forte
conotação moral, Rousseau dizia que a verdadeira filosofia é a virtude. Ciência sublime das almas, mas
simples, cujos princípios estão gravados em todos os corações e para conhecer
suas leis basta voltar-se para si mesmo e ouvir a voz da consciência no
silencio das paixões.
- “Uma vez, porém que já quase não mais se
encontram homens virtuosos, mas apenas alguns menos corrompidos do que outros,
as ciências e as artes, embora tenham contribuído para a corrupção dos
costumes, poderão, no entanto, desempenhar um papel importante na sociedade, o
de impedir que a corrupção seja maior ainda”.
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No pensamento de Rousseau não
se tem uma apologia a acabar com as academias, universidades, as bibliotecas,
os espetáculos, mas utilizar a ciência e a arte como meio de distrair a maldade
dos homens e impedi-los de cometer crimes hediondos.
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Seguindo esse raciocínio,
embora todas as ciências e as artes tenham feito mal a sociedade, é essencial
hoje servi-se delas, como de um remédio para o mal.
·
Rousseau desenvolve um
pensamento critico dentro da filosofia política clássica de temas como: a
passagem do estado de natureza ao estado civil; o contrato social; a liberdade
civil; o exercício da soberania; a distinção entre o governo e o soberano; o
problema da escravidão; o surgimento da propriedade. Essa maneira critica de
pensar esses temas, o colocaram em destaque entre os pensadores que inovaram a
forma de pensar a política.
II
– CURRICULUM DE UM CIDADÃO DE GENEBRA
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A finalidade aqui é mostrar a
biografia do pensador francês.
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Rousseau deixou trabalhos
relacionadas as diversas áreas do conhecimento. Da música a política, passando
pela produção de peças de teatro e pelo belíssimo romance que é A
nova Heloísa.
III
– O PACTO SOCIAL
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O objetivo com este ponto é
fazer uma síntese do pacto social levando em consideração desde o estado de
natureza, a formulação de um pacto com finalidade invertida, a desconstituição
desse pacto até sua reformulação.
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A chave do pensamento de
Rousseau pode ser entendido no Contrato Social.
- “O homem nasce livre, e por toda parte
encontra-se aprisionado. O que se crê senhor dos demais, não deixa de ser mais
escravo do que eles. Como se deve esta transformação? Eu o ignoro: o que poderá
legitimá-la? Creio poder resolver esta questão”.
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Em “Discurso sobre a origem da desigualdade”, Rousseau apresenta a
trajetória do homem, da sua condição de liberdade no estado de natureza, até o
surgimento da propriedade, com todos os inconvenientes que daí surgiu.
- “Comecemos por afastar todos os fatos, pois
eles não dizem respeito à questão. Não se devem considerar as pesquisas, em que
se pode entrar neste assunto, como verdades históricas, mas somente como
raciocínios hipotéticos e condicionais, mas apropriados a esclarecer a natureza
das coisas do que a mostrar a verdadeira origem e semelhantes àqueles que,
todos os dias, fazem nossos físicos sobre a formação do mundo”.
·
O Estado de Natureza
- A concepção de Rousseau sobre o estado de
natureza era que os indivíduos vivam isolados pelas florestas, sobrevivendo com
o que a Natureza lhes dava, desconhecendo lutas e comunicando-se pelo gesto,
pelo grito e pelo canto, numa língua generosa e benevolente. Esse estado de
felicidade original, no qual os humanos existem sob a forma do bom selvagem
inocente, termina quando alguém cerca um terreno e diz: "É meu".
A divisão entre o meu e o teu, isto é, a propriedade privada, dá origem ao
estado de sociedade, que corresponde, agora, ao estado de natureza hobbesiano
da guerra de todos contra todos.
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O fundamento do Contrato Social
- O Pacto
social no pensamento de Rousseau consiste num consenso estabelecido entre
pessoas com vista na fundação da sociedade, porque ele é o divisor de águas
entre o estado natural e o estado civil.
- Nesse
sentido, o pacto é uma forma artificial e convencional de se pactuar um corpo
coletivo e público baseado na união de forças e de interesses de diversos
indivíduos. A vontade geral, que surge desse pacto, resulta da comunhão de interesses e não da mera somatória de
interesses, porque provocaria dispersão.
- O Contrato
social estabelecido traça as condições de possibilidade de um pacto legítimo,
através do qual os homens, depois de terem perdido sua liberdade natural,
ganham em troca, a liberdade civil.
·
Força e Escravidão
- O pensador
Frances defende a tese que a inversão do pacto pelos mais ricos, levou a
maioria a escravidão e servidão. Alem do homem perder sua liberdade natural,
com a inversão da finalidade do pacto, uma minoria rica passou a utilizá-lo em
benefício próprio.
- É nesse
sentido que o mais forte legitima de maneira inquestionável sua força. Pelo Direito
legaliza seu domínio e pelo Dever impõe
a obrigação da obediência. Com isso Rousseau entende que nenhum homem tem
autoridade sobre seus semelhantes e que renunciar à liberdade é renunciar à qualidade
de homem, aos direitos de humanidade e mesmo aos próprios deveres.
·
A Reformulação do Pacto mal
feito
- Para
denunciar esse pacto iníquo deve o próprio cidadão reformular no âmbito do
poder, uma vez que identifica a origem humana do poder. Sendo assim, poderia
o homem desfazer uma ordem que não lhe interessa,
já que a verdadeira finalidade do pacto social é permitir que os homens
reconquistem a liberdade, e assim encontrem uma associação que defenda e
proteja as pessoas e bens de cada associado.
- A essência
do pacto social deve repousar na alienação total de cada associado com todos
os seus direitos a favor de toda a comunidade. A condição basilar da
validade do pacto social de Rousseau é a igualdade de todos, pois com o pacto
cada um adquire, sobre qualquer outro, exatamente o mesmo direito que lhe cede
sobre si mesmo. Cada um ganha, pois, o equivalente de tudo quanto perde, e mais
força para conservar o que possui.
- A
associação de homens produziria um corpo moral e coletivo, composto de
tantos membros reunidos em assembléia, que passaria a ter uma unidade de
desígnios, um “eu comum, vida e vontade” próprios. Esse corpo político
seria denominado Estado, enquanto
passivo; soberano, enquanto ativo; poder, enquanto comparado aos seus
semelhantes.
- Dessa
forma Rousseau conclui sobre a legitimidade do pacto ao apontar que um povo
só será livre quando tiver todas as condições de elaborar suas leis num clima
de igualdade, de tal modo que a obediência a essas leis signifique, na verdade,
uma submissão à deliberação de si mesmo e de cada cidadão, como partes do poder
soberano. Isto é, uma submissão à vontade geral e não à vontade de um
individuo em particular ou de um grupo de individuo.
IV
– A VONTADE E A REPRESENTAÇÃO
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Com este ultimo ponto se tem as
discussões sobre quem são os verdadeiros donos do poder. Estes por sua vez em
todo o direito de adentrar no poder e requerer que as ações do Estado devem ser
direcionadas para atender seus interesses (povo).
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Rousseau ao repousar sobre a
vontade do povo e o poder de representação que é outorgado a líderes, diz que a
vontade do povo jamais poderá ser representada. No momento em que um povo se dá
por representado, não é mais livre. Todavia com fim de minimizar esse mal, é
necessário que os representantes eleitos tenham consciência da essência do
contrato firmado aceitando renunciar pleitear interesses pessoais, em prol dos
interesses da comunidade, onde inclui o seu.
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A Soberania para Rousseau está
no povo e não no Estado, uma vez que o Estado só exerce a soberania devido o
consentimento do povo para atender os interesses do próprio povo.
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Assim sendo, não basta que
tenha havido um momento inicial de legitimidade. É necessário que ela permaneça
ou então que se refaça a cada instante.
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Como remédio para a possível violação
das clausulas desse contrato, Rousseau diz que seria conveniente que fossem
trocados com certa freqüência os representantes do povo.
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Ao criticar o modelo
absolutista, o pensador diz que não existe uma ação política boa em si mesma em
termos absolutos, uma vez que são decisões com base na opinião de um só homem
ou de sua família.
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Desse modo de pensar, Rousseau
mostrou a sociedade moderna como sair da servidão e lutar pelo seu bem maior, a
liberdade.
FONTE:
WEFFORT, Francisco C. (org). Os clássicos da politica. 5ed. São Paulo-SP: Editora ÁticaPor: JONIEL ABREU
E-mail: jonielabreu@hotmail.com
WEFFORT, Francisco C. (org). Os clássicos da politica. 5ed. São Paulo-SP: Editora ÁticaPor: JONIEL ABREU
E-mail: jonielabreu@hotmail.com